quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Nota: Arquivamento do pedido de impeachment



O Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (CADHu) ingressou com pedido, no dia 14/01, de impeachment da Governadora Roseana Sarney por violações de direitos humanos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão.

O fundamento do pedido foi a Lei 1.079/50 – Lei de Crimes de Responsabilidade, a Constituição do Estado do Maranhão e a Constituição Federal de 1988, que permitem a qualquer cidadão ingressar com este pedido. Foi o primeiro pedido de impeachment que procurou atribuir responsabilidade política por violações de direitos humanos.

Esperávamos que a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão cumprisse sua função de investigar e determinar as responsabilidades políticas pelas graves violações de direitos humanos que ocorreram em Pedrinhas, promovendo um debate democrático que certamente iria fortalecer as instituições do sistema político e de justiça do Estado e prevenir que novos episódios inaceitáveis como este ocorressem.

A impunidade é, certamente, um fator que contribuir para que estas violações de direitos humanos continuem a acontecer. Não investigar e não responsabilizar é ser cúmplice pelas mesmas violações de direitos humanos.

Lamentamos o precoce arquivamento do pedido de impeachment (realizado apenas 24 horas depois do protocolo da petição), que ao contrário do que foi decidido, cumpria com todas as formalidades legais. Seu devido processamento teria muito a acrescentar para reparar as violações já praticadas e também prevenir novas violações.

Segundo especialistas, o pedido de impeachment atendia aos requisitos legais e promoveria um importante avanço na proteção de direitos humanos no Brasil.

Oscar Vilhena Vieira, constitucionalista e Diretor da Direito GV, informou que: "A democracia brasileira não mais pode compactuar com situações de grave e sistemático desrespeito aos direitos humanos, como as constatadas na penitenciária de Pedrinhas . O pedido de impeachment apresentado à Assembléia Legislativa do Maranhão não é apenas oportuno, como se trata de um instrumento mais do que legítimo no Estado Democrático de Direito para afastar governantes que não atendem os requisitos legais mínimos para o exercício do poder."

Sebastião Botto de Barros Tojal, também constitucionalista e professor doutor da USP, “afirma com segurança que o pedido de impeachment noticiado, em tese, guarda perfeita consonância com a legislação aplicável à espécie. Estou me referindo à Constituição do Estado do Maranhão, art. 65, III  e a Lei nº 1079/50, art. 4º, III. Em ambos os dispositivos, há a previsão de que constituem crime de responsabilidade atos que atentem contra o exercício de direitos individuais. Note que os atos atentatórios contra o exercício de direitos individuais podem ter a natureza ativa como também podem ser caracterizar a partir de atitudes omissivas. Em suma, penso que seja perfeitamente admissível a iniciativa noticiada, cabendo, pois, o julgamento do pedido, com o necessário exame do mérito da questão”.

No mesmo sentido, Vitor Burgo, professor da Faculdade de Direito de Vitória –ES, disse que “o pedido de impeachment entregue à Assembleia Legislativa do Maranhão não apenas está em consonância com os dispositivos constitucionais e legais acerca do tema como guarda alta carga social e política. O recebimento do pedido é possível porque há indicação de violação de direitos individuais (bem como de seu livre exercício), conforme previsão contida nos arts. 4º, III e 7º, 9 da Lei 1079/50. Este último contém remissão ao art. 141 da Constituição de 1946 (vigente à época da edição da Lei 1079/50), que trata das matérias que hoje estão previstas, basicamente, no art. 5º da Constituição de 88, dentre elas, o direito à vida e à segurança individual. Hoje esses direitos alcançaram a estatura de direitos fundamentais e, por força das cláusulas de abertura contidas nos parágrafos 2º e 3º do art. 5º da Constituição, não restringem ou limitam a existência de outros direitos previstos em outras fontes normativas, como tratados e convenções internacionais. O tratamento não degradante e garantidor da integridade física dos detentos está previsto no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 10, §1º), na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (art. 5º, §§1º e 2º), ambos ratificados pelo Brasil. O julgamento se dará, conforme previsão contida no art. 78 da Lei 1079/50, na forma determinada pela Constituição do Estado, cuja regulamentação está contida nos artigos 276 a 281 da Constituição do Maranhão. A importância social e política deste julgamento está na demonstração, pelo Legislativo, de assunção de suas competências, as quais têm sido delegadas, constantemente, ao Poder Judiciário. Independentemente do resultado do julgamento, sua condução demonstraria vigor e maturidade democráticos necessários ao momento que atravessa o Estado do Maranhão”.

Várias mensagens podem ser retiradas das 72 horas que durou o pedido de impeachment da governadora Roseana Sarney, antes que a Assembleia Legislativa do Maranhão o arquivasse sem debate e sem investigação. A primeira mensagem é o urgente debate que o Brasil precisa fazer sobre a qualidade de sua democracia. Uma casa legislativa deve defender os cidadãos que legitimamente a instituiu e exercer com excelência suas prerrogativas de investigação e responsabilização de desvios do executivo –  o que, como se depreende do episódio, não ocorreu. A segunda importante mensagem é a recusa de algumas autoridades em aceitar que a sociedade civil brasileira está amadurecendo. O pedido de impeachment da governadora Roseana foi fruto de profunda indignação de um grupo de advogados e advogadas que se recusaram a seguir silentes enquanto a barbárie se instalava em Pedrinhas. Portanto o pedido nasceu de uma articulação voluntária, pro bono, sem fins econômicos e apartidária. A sociedade brasileira não se move apenas com o combustível de um objetivo eleitoral ou de manutenção de poder. É possível – por força de lei – que a sociedade se mobilize e aja simplesmente porque não aceita as violações vistas no Maranhão e em outras partes do país.

Articularemos nosso apoio às demais iniciativas que estão sendo tomadas para buscar a responsabilização pelas violações de direitos humanos em Pedrinhas, junto a organismos internacionais e nacionais.




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O Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (CADHu) é uma articulação de profissionais que procura promover os direitos humanos em ações estratégicas de grande impacto. Formado em 2013, congrega advogados e advogadas de Direitos Humanos de várias partes do país e conta atualmente com cerca de 20 colaboradores. Toda a atuação do CADHu é feita de forma pro bono.


Contatos para imprensa: coletivocadhu@gmail.com 

Eloisa Machado – (11) 98224.1079, Rubens Eduardo Glezer - (11) 98560.7622 e Murilo Morelli - (11) 99638.3060

Na mídia - Folha: Deputados do MA arquivam pedido de impeachment de Roseana Sarney

16/01/2014

O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Arnaldo Melo (PMDB), decidiu arquivar nesta quinta-feira (16) o pedido de impeachment da governadora Roseana Sarney (PMDB), protocolado ontem.

O documento que pede o impeachment de Roseana por violações dos direitos humanos com as mortes nos presídios de Pedrinhas, em São Luís, foi protocolado por advogados membros do Cadhu, um coletivo de 20 profissionais relacionados aos direitos humanos.


Leia na íntegra aqui.

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O Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (CADHu) é uma articulação de profissionais que procura promover os direitos humanos em ações estratégicas de grande impacto. Formado em 2013, congrega advogados e advogadas de Direitos Humanos de várias partes do país e conta atualmente com cerca de 20 colaboradores. Toda a atuação do CADHu é feita de forma pro bono.

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Na mídia - Veja: Assembleia arquiva pedido de impeachment de Roseana

16/01/2014
 
Procuradoria-Geral da Assembleia defendeu que a governadora não pode ser denunciada por omissão na crise do sistema prisional do Estado

Eduardo Gonçalves


O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Arnaldo Melo (PMDB), arquivou o pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney (PMDB). A solicitação havia sido protocolada por um grupo de advogados que atuam na área de direitos humanos, sob o argumento de que a governadora foi omissa no tratamento da crise no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde 62 presos morreram desde o ano passado. As informações foram publicadas no Diário Oficial da Assembleia nesta quinta-feira.

No texto, o pedido de impeachment é considerado “inepto” e “sem condições de ser conhecido”. O documento fundamenta o arquivamento em um parecer da Procuradoria-Geral da Assembleia (PGA) e na lei que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo.


Leia na íntegra aqui.

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Na mídia - G1: Pedido de impeachment contra Roseana Sarney é arquivado no MA

16/01/2014

Clarissa Carramilo
Do G1 MA


Presidente Arnaldo Melo (PMDB) decidiu pelo arquivamento do processo.
Decisão foi publicada no Diário Oficial da assembleia nesta quinta-feira (16).


O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão (AL-MA), Arnaldo Melo (PMDB), arquivou o pedido de impeachment em desfavor da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), elaborado e protocolado pelo Coletivo de Advogados em Direitos Humanos (Cadhu), de São Paulo.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da assembleia nesta quinta-feira (16). De acordo com o documento, o pedido do processo "é inepto e não tem condições de ser conhecido".


Leia na íntegra aqui.

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Na mídia - Terra: MA: assembleia arquiva pedido de impeachment contra Roseana Sarney

16/01/2014

O presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), decidiu arquivar o pedido após parecer técnico da assessoria jurídica da Casa

O pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney (PMDB) protocolado na terça-feira na Assembleia Legislativa do Maranhão foi arquivado pelo presidente da Casa, o deputado Arnaldo Melo (PMDB). Após parecer da assessoria jurídica da Assembleia, o parlamentar definiu que os documentos apresentados por um grupo de advogados militantes na defesa dos direitos humanos não são suficientes para sustentar o pedido – além de considerar que a solicitação de impeachment não tem justa causa.

A informação foi confirmada ao Terra pela diretoria de Comunicação Social da Assembleia Legislativa. O arquivamento deve ocorrer nesta quinta-feira, em decisão a ser publicada no Diário Oficial da Assembleia ainda hoje. A reportagem tentou contato com o presidente da Assembleia, mas foi informado por sua assessoria de imprensa de que ele não estava no gabinete.

Leia na íntegra aqui.

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Na mídia - UOL: MP pede que em 10 dias diretores de presídios do Maranhão expliquem estupros

Aliny Gama
Do UOL, em Recife 15/01/2014

Diretores de presídios do Maranhão terão um prazo de 10 dias para explicar ao Ministério Público os estupros que mulheres das famílias de presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, que não são líderes de facções criminosas, sofreram e foram reportados ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em relatório publicado no último dia 27 de dezembro.

Segundo o relatório, mulheres, irmãs e filhas são obrigadas a manterem relações sexuais com líderes de facções criminosas durante as visitas íntimas e familiares para que os presos não sejam assassinados. Há também relatos de ordens de estupros foram dos presídios.


Leia na íntegra aqui.

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Na mídia - O Paraná: Advogados entregam à Assembleia do MA pedido de impeachment de Roseana

15/01/2014

O Coletivo de Advogados em Direitos Humanos entregou, ontem, na Assembleia Legislativa do Estado, um pedido de impeachment da governadora Roseana Sarney (PMDB). Ela é acusada pelo grupo de crime de responsabilidade por conta da situação nos presídios do Estado.

"O Maranhão teve sua crise que chamou a atenção internacionalmente. Entendemos que, pelas constituições federal e estadual, ela tem responsabilidade politica, e estamos pedindo a Assembleia que apura se houve crime de responsabilidade", disse o advogado Murilo Morelli, que representou o grupo para protocolar o pedido.

Leia na íntegra aqui.

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